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Resumo: neste capítulo, será explicado como o Brasil mudou a sua política econômica em anos recentes, e como isso influenciou a sua economia e seu mercado. Também, como o desenvolvimento industrial se espalhou no território brasileiro.
Pré-requisitos: ter visto as lições anteriores.
O BRASIL EM ANOS RECENTES
Em nosso país, a partir de 1985, houve o inicio de um processo de democratização do sistema político, e uma conseqüente pratica de privatização de empresas estatais, combate aos monopólios da União, brusca diminuição aos impostos de importação de bens de consumo e de produção, com estabelecimento de rotas de importação e tarifas diferenciadas por setores.
Por razões ideológicas, a extensão do programa de privatização se esbarra em pontos de estrangulamento. Enquanto alguns partidos acham que setores considerados estratégicos devem ser administrados pelo estado, outros acreditam que todo o setor produtivo deve ser administrado pela iniciativa privada, tendo o governo apenas a responsabilidade de administrar os serviços públicos.
A abertura do mercado brasileiro, através da relação dos impostos de importação, facilitou a entrada de maquinas e equipamentos industriais de ultima geração, modernizando o parque industrial e aumentando a capacidade de competição no mercado internacional, mas por outro lado, provocou o aumento de desemprego estrutural*. Com a entrada de produtos importados de países, como a China, nos setores de calçados, têxteis e brinquedos, tem causado a falência de industrias nacionais e conseqüente elevação do desemprego.
* Quando é mencionado desemprego estrutural se refere ao desemprego causado pela substituição do homem, pela maquina. O desemprego causado pela introdução de novas tecnologias ao processo produtivo, além de outras praticas que visam reduzir lucros. Diferente do desemprego conjuntural, que é provocado por crise econômica, o estrutural pode surgir em uma fase de crescimento econômico.
A industria automobilística, com o processo de abertura a entrada de veículos importados, passou por vária reformulação, que beneficiaram o restrito mercado interno de consumo. Apesar de ter havido grande redução no mínimo de trabalhadores por unidade de fabricas, verifica-se também aumento do numero de plantas industriais, com a entrada de novas fabricas no país.
SUA ESTRUTURA INDUSTRIAL
Com uma política de impostos, que durou até a década de 70, a industria brasileira contava apenas com a instalação de industrias de bens de consumo não-duráveis e o predomínio de investimentos privado nacional até o fim da Segunda Guerra Mundial.
A partir de 1942, houve o inicio de investimentos estatais em industrias de base e nos setores de infra-estrutura. Já no governo de JK, com o seu Plano de Metas, instalaram-se no país filiais de industrias intermediarias e de bens de consumo duráveis, dominados por empresa transnacionais.
Com a associação de capitais privados nacionais e estrangeiros com investimentos estatais levaram a formação de um parque industrial completo nos setores de bens de consumo e de produção. Contudo, ainda é necessário importar maquinas, equipamentos e produtos siderúrgicos espaciais que não são fabricados no país. Mesmo assim, ainda o maior volume de importação é de bens de consumo.
DISTRIBUIÇÃO DA INDUSTRIA BRASILEIRA
Até a década de 30, a organização espacial das atividades econômicas era, a região sudeste, onde se desenvolvia o ciclo do café, quase não interferia ou sofria interferência das atividades econômicas que se desenvolviam no Nordeste ou no Sul. As industrias de bens de consumo, a maioria ligada aos setores alimentícios e têxteis, escoavam a maior parte da produção apenas em escala regional.
Após a crise do café e o inicio da industrialização, esse retrato mudou. O setor cafeeiro deslocou investimentos para o setor industrial, instalando uma industria moderna para a época, principalmente em São Paulo. Sob o governo de Getulio Vargas, foi construído um sistema de transporte que ligava as industrias de diversas regiões. Isso possibilitou uma invasão de produtos industriais do Sudeste nas demais regiões, levando muitas empresas a fabricas. Muita industria, principalmente nordestinas, não tinham capacidade financeira para competir economicamente com os antigos barões do café. Assim, iniciou-se o processo de integração dos mercados regionais se concentraram na região Sudeste, devido a dois fatores básicos:
A complementaridade industrial: ex. as industrias de autopeças tendem a se localizar próximo as automobilísticas, as petroquímicas, próximo as refinarias; a concentração de investimentos públicos nos setores de infra-estrutura industrial: pressionados pelos detentores do poder econômico, os governantes costumam atender as suas reivindicações. E é mais barato para o governo concentrar investimentos em determinada região do que espalha-los pelo território nacional.
Essa concentração industrial das atividades econômicas continuou até o fim da década de 70, quando começaram a ser inaugurados as primeiras grandes usinas hidrelétricas na região Nordeste. Depois que o governo passou a atender pelo menos parte das necessidades de infra-estrutura das regiões historicamente marginalizadas, começou a haver um processo de maior dispersão do parque industrial pelo território, não só em escala nacional, como também regional.
Atualmente, segue-se a tendência de descentralização, as industrias se deslocam em direção ao exterior, que apresentam índices de crescimentos econômicos superiores aos da Grande São Paulo. Isso é possível devido ao desenvolvimento e a modernização da infra-estrutura de produção de energia, de transportes, de comunicação e de informatização. As regiões tendem, a se especializar em uns poucos setores da atividade econômica e a buscar, as mercadorias que satisfaçam as necessidades diárias da população em outros mercados.
A EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS
No Brasil, a Companhia Vale do Rio Doce, controla a extração de minerais metálicos. Para explorar uma província mineral de forma autônoma, as empresas dependem de uma autorização especial, que é fornecida pelo Ministério das Minas e Energia.
No Brasil, como também nos outros países subdesenvolvidos, há uma grande participação de capital estrangeiro nesse setor. Mas o interesse dessas empresas estrangeiras é controlar a produção mineral do planeta e assegurar o fornecimento de matéria-prima as suas industrias, garantindo o preço em níveis baixos. Caso aja algum aumento no valor de algum minério, as empresas multinacionais aumentam a sua produção garantindo novamente os preços baixos. Há situações que a exportação de minérios, vem mesmo chegar a cobrir as despesas as explorações mineral.
As principais áreas de extração brasileiras são:
- Quadrilátero Ferrífero: localiza-se no centro-sul de Minas Gerais, e é responsável pela maior produção brasileira de minérios de ferro e manganês. Ao seu redor encontram-se diversas industrias siderúrgicas, responsáveis pela produção de aço. Para o escoamento de minério há dois canais. Um é atraveis da estrada de ferro Vitória Minas, que liga o vale do rio Doce aos portos de vitórias e tubarão. O outro é a Estrada de Ferro Central do Brasil, que liga o vale do rio Paraopeba ao porto de Sepetiba. De ambos os portos, o minério abasteceu tanto o mercado externo, como a Campanha Siderúrgica Paulista.
- Projeto Trombetas: esse projeto se localiza no estado do Pará, no vale do rio Trombetas. Esse projeto surgiu com a criação da Mineração Rio do Norte, em consórcio de empresas da qual participam a CRVD, com 56% das ações; a Alcan (Canadá), com 24%; a anglo-holandesa Shell, com 10%; e a Companhia brasileira de Alumínio, com 10% das ações. Com a extração mineral em Trombetas e a industrialização de minério em Cargas passou de importador de alumínio.
- Projeto Cargas: na serra do Carajás, localizada no Sudeste, foi encontrada, no final da década de 60, uma grande concentração mineral do planeta, com ferro, manganês, bauxita, estanho, ouro, cobre e níquel. Em 1970, foi criado em consorcio entre a CVRD e a CMM, uma empresa norte-americana. Mas, em 1977, devido aos baixos preços alcançados pelo minério no mercado internacional, a CMM retirou-se do consorcio. Então, o Estado brasileiro arcou com as despesas da implantação da infra-estrutura necessária a extração e a escoação do minério. Para isso, foram construídas as usinas hidrelétricas do Tucuruí, também a estrada de Ferro Carajás (890km), e foi ampliado o porto de Itaqui, para receber grandes cargueiros. Apesar de terem previsto desenvolvimento econômico nossa região, não foi isso o que aconteceu na pratica. O volume de capital que entrou no país, não compensou o Estado pelos investimentos feitos em infra-estrutura.
- Maciço de Urucum: localiza-se no meio do pantanal mato-grossense, tendo uma modesta produção de ferro e manganês, que é escoada por barco, através do rio Paraguai.
EXCERCÍCIO
1) Cite uma das conseqüências da diminuição dos impostos de importação.
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2) Que fatores básicos contribuíram para o crescimento industrial no Sudeste?
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3) No Brasil, também está ocorrendo uma descentralização industrial? Porque?
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GABARITO
1) Tem causado uma enxurrada de produtos de bens de consumo, importados, no mercado brasileiro. Já os produtos brasileiros não conseguem ganhar mercado com esses produtos importados, pois eles tendem a ser mais baratos, e são abundantes. Com isso, muitas indústrias tem ido a falência, como é o caso na região sul do país, aonde varias industrias de calçados fecharam.
2) Um fator é a complementaridade industrial, as industrias tendem a ser localizar próximas a seus fornecedores. Outro fator foi a concentração de investimentos públicos no setor de infra-estrutura industrial.
3) Sim. Muitas indústrias têm deixado as capitais e estão indo para as cidades média do interior. Isso é devido ao desenvolvimento da infra-estrutura de produção de energia, de transportes, de informatização e comunicação, criando condições de especialização produtiva através da integração regional.
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