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Resumo: este tutorial mostrará como às entidades políticas tem procurado defender o meio ambiente de tanta poluição. E que papel as ONGs desempenham nessa luta contra o desenvolvimento desorganizado em todo o mundo?
Todos os impactos ambientais que analisamos até agora são causados por um modelo de desenvolvimento, tanto capitalista como socialista que encarava a natureza e seus complexos e frágeis ecossistemas apenas como inesgotáveis fontes de energia e matéria-prima. Todos esses impactos, na verdade, foram provocados porque a natureza era vista apenas como fonte de lucros, de enriquecimento.
Já nos séculos XVIII e XIX, os impactos ambientais provocados pela crescente industrialização eram muito grandes. Mas, de qualquer maneira, ainda eram localizados. Os donos da fabrica poluidora, os rios, ainda tinham como se refugiar das mazelas da industrialização. Com o passar do tempo, devido a crescente expansão do processo de industrialização/urbanização, os impactos foram aumentando cada vez mais, até que, no pós-guerra, passaram a ter conseqüências globais.
Em 1972, foi realizada a Conferencia das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo. Nesse mesmo ano, uma entidade formada por importantes empresários, chamada Clube de Roma, encomendou ao Massachustts Institute of Techology dos Estados Unidos, um estudo que ficou conhecido como o desenvolvimento Zero. Esse estudo, alertando o mundo para problemas ambientais globais causados pela sociedade urbano-industrial, propunha o congelamento do crescimento econômico como única solução para evitar que o aumento dos impactos ambientais levasse o mundo a uma tragédia ecológica.
A Conferencia Estocolmo-72 foi marcada pela polêmica entre os defensores do desenvolvimento a qualquer custo. A proposta dos países ricos era, na verdade, a de congelar as desigualdades socioeconômicas vigentes no mundo; a dos países pobres era a de implementar uma rápida industrialização de alto impacto ecológico e humano.
A crise econômica mundial dos anos 70, detonada em parte pelo choque do petróleo colocou questões econômicas mais urgentes para os governantes do mundo inteiro se preocuparem.
Em 1983, a Assembléia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar esse tema. Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU um estudo denominado Nosso Futuro comum. Esse estudo, que defendia o crescimento para todos, buscava um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas na Estocolmo-72. Tentando conciliar desenvolvimento e preservação do meio ambiente, surgiu pela primeira vez a concepção de desenvolvimento sustentável.
Muitos ambientalistas no mundo inteiro criticaram esse relatório, que, segundo eles, não passava de uma perspectiva conservadora de crescimento sustentável, ao não questionar o modelo de desenvolvimento vigente em escala mundial, por acreditar no voluntarismo dos agentes econômicos e, finalmente, por propor apenas a transformação do capitalismo num ecocapitalismo. O Relatório Brundtland sugeria apenas a implantação de uma série de medidas paliativas, um capitalismo verde, para minimizar os impactos ambientais.
Perspectivas para o futuro
A conferencia das Nações Unidas sobre o meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, reuniu chefes de Estado da maioria dos países do mundo, além de milhares de representantes de organizações paralela. Esse encontro, definiu uma serie de resoluções, visando alterar o modelo consumista de desenvolvimento vigente no mundo para outro, mais sustentável ecologicamente. O objetivo fundamental era tentar minimizar os impactos ambientais no planeta, garantindo, assim, o futuro das próximas gerações.
O plano de ação, mais conhecido como agenda 21, é um ambicioso programa para a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável em todo o mundo para o século XXI. Obviamente, para atingir esse objetivo são necessários volumosos recursos. Os países desenvolvidos comprometeram-se a canalizar 0,7% de seus PIBs.
Já a Convenção sobre Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas tem como agente financiador um organismo denominado GEF. Criado em 199, o GEF é dirigido pelo Banco Mundial e recebe apoio técnico e cientifico dos programas das Nações Unidas para o desenvolvimento e para o Meio Ambiente.
A convenção sobre biodiversidades traça uma serie de medidas para a preservação das várias espécies de vida que habitam o planeta. Tenta frear a destruição da fauna e da flora, concentradas principalmente nas florestas tropicais, as mais ricas em biodiversidade.
A convenção sobre mudanças climáticas estabeleceu várias medidas que visam diminuir a emissão de poluentes pelas fábricas, automóveis e outras fontes poluidoras, com o objetivo de impedir a destruição da camada de ozônio, a ação do efeito estufa.
Ainda no Rio-92, foi criada a Comissão de desenvolvimento Sustentável com o objetivo básico de fiscalizar a aplicação da agenda 21.
O Papel das ONGs
Muitas ONGs tem desempenhado um papel fundamental como defensores da natureza, ao longo das últimas décadas. Elas simbolizam a conscientização e a organização da sociedade civil na luta pela preservação dos ecossistemas do planeta.
Conselho da terra, uma ONG liderada por 21 eminentes ambientalistas da vários países foi criada para fiscalizar a aplicação das soluções do Rio-92.
A mais famosa ONG do mundo é o Greenpeace. É umas das ONGs mais atuantes em vários campos da preservação ambiental. Notabilizou-se principalmente por organizar protestos contra a caça predatória, como a das baleias, e contra testes nucleares subterrâneos. Outra ONG importante é o WWF fundo mundial para a natureza, uma das mais antigas, que desde 1961 luta em defesa da natureza em todo o planeta.
No Brasil, uma das Ongs mais atuantes é a fundação SOS-Mata Atlântica, criada em 1986 com o objetivo de preservar o que restou dessa floresta nas encostas da serra do mar.
A falência do modelo consumista de desenvolvimento
Os países desenvolvidos congregam em torno de um quinto da população mundial. No entanto, essa minoritária população responde por cerca de 80% de todos os recursos naturais consumidos no planeta. Conseqüentemente, sobram apenas 20% desses recursos para serem consumidos por quatro quintos da humanidade. Se considerarmos que a riqueza, nesses países, é muito concentrada e, portanto, há uma elite e uma reduzida classe média que seguem padrões de consumo idêntico aos vigentes no mundo desenvolvido, conclui-se que a esmagadora maioria da população dos países subdesenvolvidos vive na pobreza ou na absoluta miséria, apresentando, assim, baixos níveis de consumo.
Por outro lado, apenas as duas maiores potências econômicas do mundo atual, Estado Unidos e Japão, consomem aproximadamente um terço de todos os recursos naturais do planeta. Um bebê norte-americano consome, em média, trinta vezes mais que um bebê nascido num país subdesenvolvido. Os habitantes dos países ricos consomem em média, quinze vezes mais papel, dez vezes mais aço e doze vezes mais energia comercial do que os habitantes dos países pobres.
O modelo de desenvolvimento consumista e de alto impacto ambiental é impossível de ser estendido a toda a população do planeta. O modelo de progresso difundido pelos países ricos é insustentável ecologicamente.
É por isso que a grande questão que se coloca hoje em dia é a busca de um novo modelo e desenvolvimento que não cause tantos impactos no meio ambiente, que seja ecologicamente sustentável e que promova uma melhor distribuição da riqueza no mundo.
É impossível não associar crescimento populacional e, portanto, políticas demográficas, aos impactos ambientais. O próprio Relatório Brundtland identifica a pobreza como causa primordial da deterioração ambiental. A outra perspectiva, que abriga várias correntes, as quais podem ser agrupadas como reformistas, afirma que o alto crescimento populacional é conseqüência da miséria, da desinformação, da falta de assistência médica. Assim, bastaria a elevação do padrão de vida da população para que as famílias espontaneamente reduzissem o numero de filhos.
Surge uma grande contradição. Você já pensou no que significa a população chinesa e a indiana, para ficar só em dois países, atingem um padrão de vida e, portanto, de consumo idêntico ao norte-americano, japonês ou europeu ocidental? Os sérios defendem um novo modelo de sociedade sustentável ecologicamente, política e economicamente democrática. Os levianos defendem o controle demográfico puro e simples, fazendo vistas grossas para uma série de aspectos importantes para a solução do problema.
Poucos países são responsáveis pela grande demanda de lixo. Os menos desenvolvidos tambem participam no aumento da poluição, mas em escala bem menor.
Mas é muito mais cômodo usar os pobres como bodes expiatórios, não tocando em questões importantes como distribuição da riqueza, acesso às tecnologias e as informações, gestão do meio ambiente, democratização do poder, entre outros temas que estão sob o controle dos países desenvolvidos.
Só o fortalecimento da democracia e da cidadania em escala planetária pode levar, a solução desses complexos problemas.
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