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HISTÓRIA

 

A ERA DA GUERRA FRIA

 

Objetivo

 

Esta lição mostrará quais foram os resultados da guerra. Como ficaram os países vencedores e os perdedores. Qual foi o final dos apoiadores do regime nazista, qual as potências que emergiram e como influenciaram a sociedade.

 

A EUROPA APÓS A GUERRA

 

Em 1945, a Europa estava destruída. As antigas potências, França, Inglaterra e Alemanha, estavam arrasadas e mostravam-se incapazes de exercer qualquer tipo de supremacia. Os grandes vencedores eram Estados Unidos e União Soviética. O mundo acabou dividido em duas zonas de influência, cada uma com  o apoio das superpotências. Toda a política internacional passou a girar em torno dessa relação bipolar.

 

A bipolarização do poder mundial que vigorou desde o fim da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 1980 manteve o mundo em permanente em tensão sem provocar confrontos armados entre as duas potências. Por isso, esse período é conhecido como guerra fria.

 

Quando a guerra acabou, as perdas humanas e materiais eram incontáveis. As batalhas haviam sido impulsionadas por máquinas, tanques, aviões, navios, canhões, submarinos, colunas motorizadas. No auge da guerra, em 1943-44, os Estados Unidos produziam um navio por dia e um avião a cada cinco minutos. Em seis anos de conflitos, fabricaram 87 mil tanques, 296 mil aviões, 2,43 milhões de caminhões de toneladas de equipamentos de navais.

 

A população civil foi alvo preferencial, morreram durante a guerra mais civis do que militares. Bombardeios aéreos dizimaram populações inteiras. Houve campos de concentração, com o extermínio de judeus, ciganos, homossexuais, membros da resistência, comunistas e liberais e até pessoas que dedicavam sua vida em ajudar outros através da bíblia, os religiosos que não apoiavam as atrocidades da guerra.

 

A Europa e sua reconstrução

 

As negociações entre os Aliados para regularizar a situação mundial começaram antes do fim do conflito.

 

Os destinos da Europa no pós-guerra foram estabelecidos principalmente em três referências: a Conferência de Teerã (Irã); a de Ialta (Ucrânia); e a de Potsdam (Alemanha).

 

- Conferência de Teerã (novembro de 1943): Durante a Conferência,os representantes das potências, a saber: Roosevelt, Stalin e Churchill, definiram a fronteira da Polônia em relação a União Soviética. Anexaram a ela ainda os países bálticos e projetaram a divisão da Alemanha em vários estados.

 

- Conferência de Ialta (fevereiro de 1945): o ditador soviético Stalin se beneficiava do rápido avanço das suas tropas, por isso teve vantagem para negociar. Os três governantes anunciaram princípios gerais, como a autodeterminação dos povos e a democratização, sem definir o caráter da democracia a ser instalada. A Alemanha seria privada do governo e dividida em zonas de ocupação, assim como a Áustria. A Polônia perderia regiões conquistadas à Rússia em 1921 e receberia compensações em direção ao rio Oder.

 

- Conferência de Potsdam (julho-agosto de 1945): Em clima de tensão, realizou-se a Conferência de Potsdam, nela o resultado foi: a divisão da Alemanha em zonas de ocupação: norte-americana, soviética, inglesa e francesa, foi igualmente fragmentada em quatro partes. Os vencedores impuseram aos alemães uma reparação de guerra de 20 bilhões de dólares, dos quais a metade seria destinada a União Soviética. A indústria bélica alemã foi eliminada, a produção de aço limitada, e certas fábricas desmontadas. Foi decidido o julgamento dos lideres nazistas por um tribunal internacional.

 

O tribunal de Nuremberg

 

Em novembro de 1945 reuniu-se em Nuremberg, na Alemanha, um tribunal dirigido por quatro juízes, um de cada nações aliadas, para julgar os vários crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. Os resultados para os criminosos foram:

 

Três foram inocentados: Hans Fritzsche, propagandista de rádio; Von Papen, chanceler que facilitou a ascensão de Hitler; e Schacht, o gênio das finanças. Onze foram condenados a morte, inclusive Goering, que se suicidou n prisão com uma cápsula de cianeto.

 

Em 1960, um comando israelense capturou na Argentina Adolf Eichman (que organizou a deportação e o extermínio de judeus em toda a Europa) e o levou para Israel, onde foi julgado e executado em 1962.

 

Franz Stangl, chefe dos campos de concentração de Sobibor e Treblinka, foi encontrado trabalhando numa fabrica da Wolkswagen, em São Paulo, e extraditado para a Alemanha em 1967. Acredita-se que o médico Josef Mengele, apelidado de Anjo da morte, viveu no Paraguai e em São Paulo até 1979, ano de sua morte. Mengele supervisionou o extermínio nos campos de Auschwitz e Birkenau, sendo apontado como responsável pela morte de 400 mil pessoas, entre as quais 150 mil crianças, que submetia a monstruosas experiências cientificas.

 

A divisão da Europa

 

Ao fim das negociações entre os vencedores, o continente ficou claramente dividido em duas partes, que correspondiam ao limite do avanço das tropas durante a guerra. A parte oriental, ocupada pelas tropas soviéticas, tornou-se área de influencia da União Soviética.

 

Na Iugoslávia, ocorreu um processo diferente. A resistência antinazista foi liderada pela Liga Comunista, cujo chefe era Josip Broz Tito. Terminada a guerra, os comunistas assumiram o poder e estabeleceram um regime socialista independente da União Soviética.
A parte ocidental, ocupada por tropas inglesas e norte-americana, ficou sob influência dos Estados Unidos. Nessa área, firmaram-se democracias liberais, com exceção das ditaduras em Portugal e Espanha.

 

Agora quanto ao Japão, restou-lhe assinar com os Estados Unidos o tratado de San Francisco. O acordo impôs a perda da maioria das regiões conquistadas.

 

A guerra Fria

 

O clima de otimismo pela preservação da paz, não durou muito tempo. Não tardou para se começar a sentir os efeitos da oposição entre Estados Unidos e União Soviética: começava a guerra fria.

 

A guerra Fria baseou-se no princípio conhecido como Doutrina truman. O resultado dessa doutrina foi um endurecimento das fronteiras políticas da Europa e a intervenção cada vez maior de norte-americanos e soviéticos em questões internacionais, criando hostilidades que quase provocaram novo conflito mundial.

 

Um dos episódios críticos da guerra fria ocorreu em 1948, quando aliados ocidentais, Estados Unidos, Inglaterra e França, decidiram reunir suas zonas de ocupação na Alemanha e criar uma Assembléia Constituinte, dando origem a uma Alemanha livre.

 

Em maio de 1949, foi criada a República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental, capitalista. Em outubro, constitui-se na área soviética a Republica Democrática ou Alemanha Oriental, com a forma de governo baseada no socialismo.

 

Nesse mesmo ano, a União Soviética detonou sua primeira bomba atômica. A partir de então, a guerra fria ganhou ares ameaçadores, o da “corrida nuclear”. A paz mundial tornou-se o ponto de equilíbrio entre elas: ambas evitavam o confronto direto, porque sabiam que isto causaria a destruição mútua.

 

A reconstrução da Europa: o Plano Marshall

 

Devastada pela guerra, a Europa enfrentava cada vez mais manifestações de contestação aos governos constituídos. Os nortes-americanos logo perceberam que a crise européia punha em risco o futuro do capitalismo.

 

Os nortes-americanos resolveram então ajudar na recuperação dos países europeus. Para isso foi elaborado o Plano Marshall, pelo qual o governo dos Estados Unidos destinou 17 bilhões de dólares a países europeus.

 

Os recursos do Plano Marshall foram utilizados inicialmente para comprar alimentos, rações e fertilizantes, e a seguir matérias-primas, produtos semi-industrializados, máquinas, veículo e combustíveis.

 

Os resultados da ajuda logo apareceram. A Inglaterra recuperou-se. A França, além de se beneficiar do Plano Marshall, elaborou seu próprio plano de recuperação econômica, o Plano Monnet. A Itália e a Alemanha também entraram em ritmo de recuperação.

 

A criação da OTAN (Organização do tratado do Atlântico Norte) em 1949 transferiu a ênfase da segurança econômica para a militar. A recuperação econômica possibilitava as nações européias garantirem sua defesa, o que contribuía para a segurança do capitalismo. Com sua política, os Estados Unidos visava garantir a exportação de excedentes e concretizar a hegemonia econômica sobre o Velho Continente.

 

Criação da OTAN reunia países da Europa Ocidental e os Estados Unidos numa aliança militar. Seu principal objetivo era fazer frente à União Soviética e a seus aliados da Europa oriental.

 

A OTAN continua a existir. Em março de 1999, três países que antes faziam parte do bloco socialista entraram na organização: Hungria, República Tcheca e Polônia.

 

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