NUNCA MAIS PASSE RAIVA POR NÃO CONSEGUIR RESOLVER UM PROBLEMA COM O EXCEL - GARANTIDO!
UNIVERSIDADE DO VBA - Domine o VBA no Excel Criando Sistemas Completos - Passo a Passo - CLIQUE AQUI
Objetivo:
Mostrar a origem do trovadorismo. Como afetou a sociedade da época. Como se situa dentro do contexto literário português, mostrará suas características marcantes, como as cantigas de amor, de amigo, de maldizer e de escárnio, qual o objetivo de cada uma, quem as usavam e qual era a mais comum na sociedade medieval portuguesa.
Pré-requisito:
Seguir a seqüência das lições, principalmente neste assunto. Pois o Humanismo está ligado ao trovadorismo, juntos formam a literatura medieval portuguesa.
TROVADORISMO
TROVADORES e menestréis errantes são palavras que fazem vir a mente canções de amor cortês e o cavalheirismo. Os trovadores envolviam-se em muitas questões sociais, políticas e religiosas de seus dias.
O trovadorismo abrangeu especialmente os séculos 12 e 13, por toda a região que agora é o sul da França. Os anos de 1189( 1198) a 1418, foi o seu auge. No ano de 1189 ou 1198 é o possível ano em que a Cantiga da Ribeirinha, faz seu marco histórico na poesia escrita em língua portuguesa.
Sociedade
A sociedade era formada basicamente por três grupos bem distintos: clero, nobreza e povo ( incluindo os vilões, que eram homens livres, tanto ricos como pobres, mas não eram da nobreza;os semi-servos que eram os trabalhadores das terras feudais; e os escravos geralmente prisioneiros de guerra).
O pensamento dominante da época era o Teocentrismo, ou seja, Deus sendo o centro do universo. Isto serviu para se justificar o sistema medieval e o poder da igreja.
Os artistas- trovadores
Os trovadores eram poetas-músicos que escreviam naquela que era a mais refinada das línguas românicas vernáculas. A chamada langue d’oc, a língua comum da maior parte da França ao sul do rio Loire e das regiões fronteiriças da Itália e da Espanha.
A origem da palavra “trovador” parece se derivar do verbo occitano trobar, que significa “compor, inventar ou encontrar”. Assim, os trovadores eram os que conseguiam achar a palavra ou a rima certa para seus versos elegantes. Musicava-se a poesia, que então podia ser cantada. Eram viajantes que iam de aldeia em aldeia, muitas vezes acompanhados por menestréis profissionais, chamados jograis, os trovadores executavam suas canções com harpa, viela, flauta, alaúde ou violão. Nas casas dos ricos, bem como em mercados, torneios, feiras, festivais e banquetes, em geral a música fazia parte do entretenimento.
Os artistas medievais apareciam em quatro categorias:
» o trovador: uma pessoa culta que escrevia poesias, também era capaz compor músicas e apresentar todo seu trabalho, mas não recebia nenhum salário por seu trabalho.
» Segrel: este era um trovador profissional, um fidalgo decaído, que ia de corte em corte , acompanhado de seu jogral;
» Jogral: este poderia tanto ser um saltimbanco como um ator mímico, ou até o próprio compositor. Este aparecia nas festas, nos torneios, onde cantava as poesias de trovadores e segréis em troca de pagamento;
» Menestrel: músico ligado a um corte específica.
Origens diferentes
Os trovadores tinham as mais diversas formações. Alguns eram de família rica; uns poucos reis; outros tinham origem mais humilde, mas alcançaram a posição de trovador. Alguns conseguiram muito status. Muitos eram instruídos e viajados. Todos eram bem treinados nas regras do galanteio, decoro, poesia e música.
desenvolvimento do comércio no século 12 trouxe grande riqueza para o sul da França. Com a prosperidade passou-se a ter mais tempo de lazer, mais instrução e um gosto mais refinado pela arte e vida elegante. Os grandes cavalheiros e damas do Languedoc e da Provença eram os maiores protetores dos trovadores. Os poetas eram muito estimados e passaram a influenciar o gosto, a moda e as maneiras entre os aristocratas. Eles se tornaram os pais da dança de salão européia.
Cantigas trovadorescas
As cantigas trovadorescas são divididas em quatro estilos:
Cantiga de amor: o trovador assume o papel masculino , onde é o homem quem fala. A dama é o objeto da cantiga, para ela aparece o termo “ senhor”. Nestas cantigas o homem aparece com um cativo do amor, onde sofre por sua amada. A mulher já é bem valorizada, tanto fisicamente , como moral e socialmente. Os sentimentos expressos no poema são a coita , ou seja, a mágoa amorosa do trovador por amar uma mulher impossível para ele. O cenário é a própria corte a origem é provençal.
Cantiga de amigo: o trovador assume o papel feminino, ou seja, é a mulher quem fala. O objeto do poema é o homem, ou amigo. O sujeito se caracteriza por termos como louçã( formosa), leda( alegre) e outros. Já o objeto é considerado um mentiroso , traidor e etc. o sentimento expresso nesse tipo de poema é o de uma mulher que sofre por sentir saudades do amigo( namorado). O cenário geralmente é o campo, o mar a casa. A origem foi no território galaico- português.
Cantiga de escárnio: esta tinha um caráter satírico, onde o ataque é expresso de maneira indireta pelo uso da ironia e do sarcasmo. As críticas eram direcionadas aos costumes, pessoas, acontecimentos. Mas não se revelava o nome da pessoa ou pessoas visadas.
Cantiga de maldizer: esta era de caráter satírico e o ataque era de maneira bem direta. A crítica tinha alvo bem específicos, pessoas, costumes e acontecimentos com a revelação dos nomes das pessoas visadas.
CANCIONEIROS
Para não se perderem no tempo as cantigas foram reunidas em várias coletâneas manuscritas, os cancioneiros. Alguns se tornaram bem conhecidos:
» cancioneiro da ajuda: provavelmente do século XIII e XIV, este continha na sua maioria , cantigas de amor, foram 88 folhas-pergaminhos;
» cancioneiro da Vaticana: achado no século XIX na biblioteca do Vaticano, possui 1205 cantigas, é uma cópia de um original do século XVI. Aparece as cantigas de D.Diniz;
» cancioneiro da biblioteca nacional: é de Portugal , tem 1567 composições. É o mais completo e contém fragmentos de um Tratado de poética.
» Cantigas de santa Maria: tem 426 composições acompanhadas da música.
A prosa medieval
As atitudes medievais para com as mulheres eram muito influenciadas pelos ensinos da Igreja, que encarava a mulher como responsável pela incorrência do homem no pecado e expulsão dele do Paraíso. Ela era encarada como a tentadora, instrumento do Diabo, um mal necessário. O casamento era muitas vezes encarado como condição de vida degradada. A lei canônica permitia o espancamento e o repúdio à esposa, o que contribuía para a humilhação e a subserviência da mulher. Ela era encarada, em quase todos os aspectos, como inferior ao homem. Mas, com o surgimento dos trovadores, a mentalidade dos homens começou a mudar.
O primeiro trovador conhecido foi Guilherme IX, duque de Aquitânia. Sua poesia foi a primeira a conter os elementos que caracterizaram a concepção única dos trovadores sobre o amor, que veio a ser chamado de amor cortês. Os poetas provençais chamavam-no de verai’amors (amor verdadeiro) ou fin’amors (amor refinado). Era um conceito revolucionário, porque a mulher não era mais relegada a uma posição de desprezível inferioridade em relação ao homem.
Com já observado nas cantigas de amor e de amigo, a poesia dos trovadores dignificava, honrava e mostrava respeito à mulher. Ela se tornou a personificação de qualidades nobres e virtuosas. Nas canções de amor mostra o lamento a fria indiferença da dama para com o bardo que a admirava. Pelo menos teoricamente, o amor do trovador devia permanecer casto. Seu objetivo primário não era possuir a dama, mas sim alcançar o refinamento moral que seu amor por ela lhe inspirava. Para tornar-se digno, o poeta era compelido a cultivar a humildade, o autocontrole, a paciência, a lealdade e todas as qualidades nobres que ela possuía. Assim, até o mais rude dos homens podia ser transformado pelo amor.
Os trovadores achavam que o amor cortês era fonte de refinamento social e moral, que atos corteses e nobres se originavam do amor. À medida que essa idéia foi desenvolvida, tornou-se a base para todo um código de conduta que, com o tempo, foi adotado pelas classes sociais mais baixas.
A partir do século XIII aparecem as novelas de cavalaria, traduzidas do francês e do inglês. No começo eram apenas poemas com temas guerreiros, as canções de gesta. Tinha um fundo teocêntrico e cavaleiresco, o objetivo era contar as aventuras de reis e seus cavaleiros. Um exemplo o Rei Artur e os cavaleiros da Távola redonda.
Além das novelas , surgiram também:
» cronicões: livros com crônicas, serviram para início a historigrafia portuguesa;
» hagiografias: vida de santos;
» livros de linhagens: a relação de nomes de nobres, com o intuito de estabelecer graus de parentesco e com isso evitar casamentos entre parentes próximos e tirar dúvidas no caso de heranças;
instrumento de comunicação
Pode-se dizer que, bem antes da invenção da imprensa, os trovadores e outros menestréis errantes serviam como a mídia dos seus dias. Eles viajavam por vários países. Por todas as cortes européias, de Chipre à Escócia e de Portugal à Europa Oriental, onde quer que estivessem, eles ouviam as notícias e trocavam histórias, melodias e canções. As melodias dos trovadores, fáceis de lembrar, espalhavam-se oralmente com rapidez de um jogral para outro, e o povo as aprendia. Isso influenciava muito a opinião pública e incitava a plebe a favor de uma ou outra causa.
Crítica à Igreja
Com o fracasso das Cruzadas, muitas pessoas começaram a duvidar da autoridade espiritual e temporal da Igreja Católica. Os clérigos afirmavam representar a Cristo, mas suas ações não eram nada cristãs. Sua hipocrisia, ganância e corrupção se tornaram amplamente conhecidas. Nestes casos as cantigas tanto de maldizer como de escárnio eram sempre bem utilizadas. Na França os condes de Toulouse e outros governantes sulistas garantiam a liberdade religiosa do povo. Os valdenses haviam traduzido a Bíblia para a langue d’oc e pregavam-na zelosamente, aos pares, por toda a região. Os cátaros (ou albigenses) também disseminavam sua doutrina e conseguiam muitos conversos entre os nobres.
A liberdade trovadoresca em perigo
A Igreja Católica Romana, porém, considerava-se superior a todo império ou reino. A guerra tornou-se seu instrumento de poder. O papa Inocêncio III prometeu toda a riqueza do Languedoc a qualquer exército que subjugasse os príncipes do sul da França e esmagasse a dissensão nos domínios deles. O que se seguiu foi um dos períodos mais sangrentos da história da França, e incluiu torturas e assassinatos. Ficou conhecido como Cruzada Albigense (1209-29).
Os trovadores chamaram-na de Falsa Cruzada. Suas canções expressavam indignação contra o tratamento cruel imposto aos dissidentes e contra a oferta do papa de dar a mesma indulgência tanto aos que assassinassem dissidentes franceses como aos que matassem muçulmanos, considerados infiéis. A Igreja enriqueceu muito durante a Cruzada Albigense e com a Inquisição que se seguiu. Famílias foram deserdadas e suas terras e casas, confiscadas.
Acusados de ser hereges cátaros, muitos trovadores fugiram para terras menos hostis.
O latim herdado das legiões romanas era chamado românico. Qualquer obra escrita no vernáculo do norte ou do sul era chamada de romance. Visto que muitas dessas histórias de cavalaria lidavam com sentimentos de amor cortês, tornaram-se o padrão para tudo o que é considerado romance ou romântico.
Embora a origem do trovadorismo seja na França, ele modificou muito os costumes de toda uma época nos países europeus.
Contato: Telefone: (51) 3717-3796 | E-mail: webmaster@juliobattisti.com.br | Whatsapp: (51) 99627-3434
Júlio Battisti Livros e Cursos Ltda | CNPJ: 08.916.484/0001-25 | Rua Vereador Ivo Cláudio Weigel, 537 - Universitário, Santa Cruz do Sul/RS, CEP: 96816-208
Todos os direitos reservados, Júlio Battisti 2001-2024 ®
LIVRO: MACROS E PROGRAMAÇÃO VBA NO EXCEL 2016 - CURSO COMPLETO E PRÁTICO
DOMINE A PROGRAMAÇÃO VBA NO EXCEL - 878 PÁGINAS - CLIQUE AQUI