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FILTRO DE TUTORIAIS:
Nos últimos tutoriais, estávamos trabalhando com uma representação gráfica chamada de razonete, que facilitava o aprendizado contábil.
Na prática, esse razonete nada mais é do que um livro, chamado de livro razão, a utilização do livro é bem parecida com a utilização do razonete, porém tem alguns detalhes a mais para a sua escrituração que por motivo de facilitar o aprendizado não os utilizamos, mais vale a pena entendermos e aprendermos os conceitos teóricos.
Convém lembrar que não deixaremos de utilizar o razonete no aprendizado, vamos somente aprender como funciona na prática.
Existe um Decreto de número 3.000 do ano 1999, que pode ser obtido na integra no site da Receita Federal, o qual no meio contábil esse decreto é identificado como o REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA.
Em seu artigo de numero 259, ele trata do LIVRO RAZÃO, abaixo reproduzo o artigo para melhor assimilação.
Para não causar confusão, atente somente as palavras grifadas. Ignore as demais, por enquanto, mais tarde trataremos dos detalhes.
Livro Razão
Art. 259. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas , Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação.
§ 1 º A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo à ordem cronológica das operações.
§ 2 º A não manutenção do livro de que trata este artigo, nas condições determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica (Lei n º 8.218, de 1991, art. 14, parágrafo único, e Lei n º 8.383, de 1991, art. 62).
§ 3 º Estão dispensados de registro ou autenticação o Livro Razão ou fichas de que trata este artigo.
Vamos tentar resumir:
O caput do artigo 259, diz ser obrigatório a escrituração do livro Razão, este servirá para totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados.
Mas o que viria a ser SUBCONTAS?
Imagine que você tenha uma empresa a XYZ Comercio de Roupas, e que ela possua conta em dois bancos diferentes, o BANCO A e o BANCO B, a conta bancos apresentada no balanço seria a Conta Principal, que apresentaria o saldo do BANCO A e o BANCO B somados.
Já a conta de cada banco, seria a SUBCONTA da conta BANCO.
Isso é feito para simplificar, imagine você apresentar um balanço com 100 bancos diferentes? Seria enorme a sua extensão somente na parte dos bancos não?
O parágrafo primeiro do artigo, diz que os lançamentos devem ser individualizados, ou seja, se você fez 10 pagamentos de fornecedores no mesmo dia, você não pode simplesmente lançar a soma dos 10 pagamentos, você deve fazer o lançamento de um a um. Veremos como isso facilitará a analise depois.
Continuando no parágrafo primeiro, além da individualização, esse parágrafo diz ainda que os lançamentos devem ser em ordem cronológica das operações.
Ordem cronológica das operações nada mais é do que lançar primeiro no livro o registro que você primeiro obedecendo as datas, assim se você fez um registro no dia 10 de janeiro de 2005 e outro no dia 15 de janeiro de 2005, você deve fazer o lançamento na mesma forma, ou seja, primeiro o registro do lançamento do dia 10 e depois o registro do lançamento do dia 15.
O parágrafo segundo e mais importante, diz que a não manutenção NAS CONDIÇÕES DETERMINADAS (as condições estão acima), implicara o arbitramento do lucro.
O que esse artigo que dizer é o seguinte, que a empresa que não escriturar ou não mantiver em boa ordem, o livro RAZÃO. Terá seu lucro arbitrado pelo Fiscal. Isso que dizer que numa fiscalização se a empresa não apresentar o livro ao fiscal ou não o tiver como manda o artigo 259 e seus parágrafos, o fiscal pode simplesmente dizer que o seu lucro é tanto, e acabou.
Só que o fiscal sempre arbitra o seu lucro para mais e nunca para menos.
E o ultimo parágrafo, o terceiro, diz que o livro razão não precisa ser autenticado, ou registrado.
A autenticação nada mais é do que uma carimbada que o fiscal dá na primeira pagina do livro antes de começar a escrituração, isso faz com que a empresa não tenha como troca-lo depois. E o registro é outra carimbada após encerrada a escrituração, também com a mesma finalidade.
O motivo dessa dispensa é muito simples, na verdade, quando efetuamos a escrituração das operações, não a fazemos somente no livro razão, e sim fazemos simultaneamente em dois livros, um registro no livro razão propriamente dito, e o outro no livro diário que veremos no próximo tutorial.
O livro Diário tem que ser registrado.
Hoje em dia com o uso de computadores, você faz somente um único registro, e o programa se encarrega que escriturar tal registro nos 2 livros. Ora se o registro e feito simultaneamente, os dois livros terão os mesmos lançamentos não?
E já que o livro Diário tem que ser registrado, deu-se a dispensa ao livro Razão.
Até aqui tratamos da parte legal do livro, a parte imposta pela lei. Porém esse livro traz grandes benefícios:
Imagine que em 2001 você fez um financiamento em 36 parcelas, e em 2005, por algum motivo qualquer você quer saber quais foram as datas que você pagou cada parcela. Seria trabalhoso e até mesmo penoso, você ficar procurando documento por documento cada pagamento não?
Se você tiver o livro razão, basta você achar a conta que registrou esses pagamentos e pronto, estará tudo ali.
Esse livro funciona como uma memória da conta, assim em cada conta, temos todos os lançamentos que foram feitos nela, pode ate parecer confuso a finalidade desse livro, mas quando vermos o outro livro, o DIARIO, você verá a diferença, pois o DIARIO não te mostra lançamento por contas e sim por dias.
Somente no livro razão você terá toda a movimentação de cada conta.
O aspecto físico de um livro razão é mais ou menos assim:
Livro Razão
XYZ Comércio de Roupas Ltda. CNPJ:01.234.567/0001-89 |
||||
Conta Caixa |
||||
Data |
Histórico da Operação |
Débito |
Crédito |
Saldo |
Veja que no inicio temos o cabeçalho, que contem o nome do livro, o nome da empresa, e o numero do CNPJ, podemos ter ai mais alguma informação ainda, tais como data da impressão e outros, mais para efeitos didáticos somente o que esta no quadro acima basta.
Logo depois temos o nome da conta – CAIXA, em nosso exemplo.
Lembre-se que no mesmo livro, teremos varias contas, tais como: FORNECEDORES, BANCOS, CAIXA, VEICULOS, MERCADORIAS e etc.
Abaixo temos 5 colunas, DATA, HISTORICO DA OPERAÇÃO, DEBITO, CRÉDITO e SALDO.
Na coluna data, colocaremos a data do registro da operação, assim, uma compra de um veiculo feita em 10 de Janeiro de 2005, a data que colocaríamos nesse campo seria 10/01/2005.
Na coluna histórico da operação, detalharemos ao máximo a operação efetuada, utilizando o exemplo acima (COMPRA DE VEICULO), ficaria mais ou menos assim: COMPRA DE UM VEICULO NOVO MARCA XXX, DA EMPRESA ABC COMERCIO DE VEICULOS, PLACA GFTDXC, COR AZUL, CHASSI N.º 2134621354369 POR 10.000,00 (se o veiculo fosse comprado a vista) CONFORME NOTA FISCAL 123654.
Quanto mais detalhado for o histórico melhor será, pois futuramente evitará que você tenha que procurar o documento da compra para qualquer coisa.
Nas colunas de debito e crédito, registraremos como no razonete, assim a conta de veículos (uma conta de ATIVO), é aumentada com débitos, nesse caso registraríamos o valor nessa coluna, se fosse uma diminuição na conta de VEICULOS, por exemplo se você a sua empresa que estivesse vendendo, faríamos o registro na coluna de crédito, para registrar a operação.
Na coluna de SALDO, será o quanto de valor tem sua conta até o momento, esse saldo será efetuado a cada lançamento.
No nosso exemplo em questão, o livro diário ficaria assim:
Livro Razão
XYZ Comércio de Roupas Ltda. CNPJ:01.234.567/0001-89 |
||||
Conta - Veículos |
||||
Data |
Histórico da Operação |
Débito |
Crédito |
Saldo |
Saldo Inicial |
0,00 |
|||
10/01/2005 |
COMPRA DE UM VEICULO NOVO MARCA XXX, DA EMPRESA ABC COMERCIO DE VEICULOS, PLACA GFTDXC, COR AZUL, CHASSI N.º 2134621354369 POR 10.000,00 CONFORME NOTA FISCAL 123654. |
10.000,00 |
|
10.000,00 |
Vamos lembrar que cada registro é obrigatoriamente efetuado em duas contas diferentes e pelo mesmo valor. Sabemos pelo enunciado que o veículos foi comprado a vista, então a contra-partida desse lançamento seria a conta Caixa (por exemplo).
Logo o registro dessa operação no livro razão da conta CAIXA ficaria assim:
Livro Razão
XYZ Comércio de Roupas Ltda. CNPJ:01.234.567/0001-89 |
||||
Conta - Caixa |
||||
Data |
Histórico da Operação |
Débito |
Crédito |
Saldo |
Saldo Inicial |
12.000,00 |
|||
10/01/2005 |
COMPRA DE UM VEICULO NOVO MARCA XXX, DA EMPRESA ABC COMERCIO DE VEICULOS, PLACA GFTDXC, COR AZUL, CHASSI N.º 2134621354369 POR 10.000,00 CONFORME NOTA FISCAL 123654. |
10.000,00 |
2.000,00 |
|
Reparem que o lançamento e basicamente o mesmo, a única coisa que mudou, foi o nome da conta (CAIXA), o valor do lançamento agora está na coluna do crédito (que diminui nas contas de ativo), e o saldo final.
Nesse livro é comum aparecer o sigla do saldo, CR ou DV, para saldo credor ou devedor, assim poderíamos ter o livro diário da seguinte forma:
Livro Razão
XYZ Comércio de Roupas Ltda. CNPJ:01.234.567/0001-89 |
||||
Conta - Caixa |
||||
Data |
Histórico da Operação |
Débito |
Crédito |
Saldo |
Saldo Inicial |
12.000,00 DV |
|||
10/01/2005 |
COMPRA DE UM VEICULO NOVO MARCA XXX, DA EMPRESA ABC COMERCIO DE VEICULOS, PLACA GFTDXC, COR AZUL, CHASSI N.º 2134621354369 POR 10.000,00 CONFORME NOTA FISCAL 123654. |
10.000,00 |
2.000,00 DV |
|
Vamos trabalhar sempre dessa forma, para melhor assimilar os conceitos de natureza dos saldos de cada conta ok?
Para melhor compreensão, analise a conta de Fornecedores do livro razão da empresa XYZ Comércio de Roupas, referente ao mês de Janeiro de 2005, e responda as perguntas abaixo:
Livro Razão
XYZ Comércio de Roupas Ltda. CNPJ:01.234.567/0001-89 |
||||
Conta - Fornecedores |
||||
Data |
Histórico da Operação |
Débito |
Crédito |
Saldo |
Saldo Inicial |
2.000,00 CR |
|||
12/01/2005 |
Compra conforme NF. 12 de ABC Comércio, referente a aquisição de 10 unidades do produto B |
1.000,00 |
3.000,00 CR |
|
15/01/2005 |
Pagamento referente NF. XXX de ABC Comércio |
1.500,00 |
1.500,00 CR |
|
17/01/2005 |
Pagamento referente a NF. 12 de ABC Comércio. – Parcela 01/04 |
250,00 |
750,00 CR |
|
25/01/2005 |
Pagamento referente a NF. 12 de ABC Comércio – Parc. 02/04 |
250,00 |
500,00 CR |
|
25/01/2005 |
Compra conforme NF. 25 de JJG Comércio e Industria Ltda, referente a aquisição de 40 unidades do produto C |
4.000,00 |
4.500,00 CR |
|
28/01/2005 |
Devolução de 10 unidades do produto C, da empresa JJG Com. e Ind. Ltda. |
1.000,00 |
3.500,00 CR |
|
29/01/2005 |
Pagamento da parcela 03/04 de ABC Com. |
200,00 |
3.250,00 CR |
|
30/01/2005 |
Pagamento dos Salários dos funcionários referente ao mês de Janeiro de 2005 |
5.000,00 |
1.750,00 DV |
Perguntas:
1 – Qual era o saldo inicial da conta Fornecedores?
2 – Qual era o saldo da conta, em 15/01/2005?
3 – Quais foram as datas e os valores referentes aos pagamentos da ABC Comércio?
4 – Qual foi o valor da devolução efetuada em 28/01/2005?
5 – Até 25/01/2005, quanto eu tinha pago referente a NF. 12 da ABC Comércio?
6 – Porque o saldo da minha conta em 30/01/2005, está devedor?
7 – Se houver algum lançamento errado qual deveria ser o saldo correto?
Tente responder as perguntas acima, no próximo tutorial colocarei as respostas, e falaremos sobre o Livro Diário.
Até a próxima.
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