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FILTRO DE TUTORIAIS:


Avaliação de Mercadorias – 6.ª Parte

 

No tutorial passado vimos a diferença que o método de contabilização de estoque adotado ocasiona no resultado de uma empresa num ambiente inflacionários.

 

No presente tutorial vamos ver qual o impacto que ocasiona num ambiente deflacionário.

 

Ambiente Inflacionário:

 

O que seria mesmo um ambiente deflacionário?

 

É basicamente quando os preços estão em constante queda, ou seja, hoje você compra a R$ 1,30, na próxima semana a R$ 1,20 e na terceira semana a R$ 1,00.

 

Certo?

 

Então para podermos analisar as diferenças ocasionadas pelo método de controle de estoques, num ambiente deflacionário vamos ter que fazer um exemplo suporte ok?

 

Inicialmente vamos fazer com os mesmos valores utilizados nos exercícios anteriores, somente invertendo a ordem as operações, ficaria assim:

 

A empresa não tinha estoque inicial.

 

Dia 01 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,30

Dia 02 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,20

Dia 03 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,00.

Dia 04 de Janeiro – Venda de 1 pacote de biscoito.

 

Vamos elaborar as nossas planilhas pelos três métodos, como no tutorial passado.

 

Planilha pelo método do PEPS:

 

 

Vamos analisar o ponto crucial agora:

 

Qual foi o valor baixado do nosso estoque?

 

Resposta: R$ 1,30.

 

Deixemos para fazer a analise quando tivermos todas as planilhas preenchidas, vamos agora ver como ficaria a nossa planilha pelo metido do UEPS.

 

Planilha pelo método do UEPS:

 

 

O valor que baixamos agora de nosso estoque pelo método do UEPS foi de R$ 1,00.

 

Vamos ver agora como fica a nossa planilha pelo método do Custo Médio:

 

Planilha pelo Método do Custo Médio:

 

 

Vejam que o valor que baixamos de nosso estoque, referente a unidade vendida foi de R$ 1,17.

 

Feito isso temos as nossas planilhas de controle de estoque elaboradas pelos três métodos de avaliação, só que com um detalhe agora num ambiente deflacionário, onde os preços das mercadorias estão abaixando.

 

Vamos analisar, os métodos em relação ao custo da mercadoria baixada;

 

O PEPS, foi o que gerou o maior custo R$ 1,30

 

O UEPS, foi o que gerou o menor custo R$ 1,00

 

E o Custo Médio, como sempre, gerou o custo no meio termo entre os demais, R$ 1,17.

 

Isso, num ambiente deflacionário.

 

Vamos agora comparar com os valores de custos que achamos no ambiente inflacionário, o qual elaboramos no tutorial passado?

 

Os valores eram esses:

 

O PEPS, apresentava o custo mais baixo no valor de R$ 1,00

 

O UEPS, apresentava o custo mais alto no valor de R$ 1,30

 

E o Custo Médio, o custo no meio termo entre os demais no valor de R$ 1,17.

 

Vejam que o custo médio apresentou o mesmo valor nos dois ambientes.

 

O PEPS e o UEPS simplesmente trocaram de valor, devido ao ambiente.

 

Ou seja, num ambiente inflacionário o PEPS, apresenta o valor de custo mais baixo, enquanto que num ambiente deflacionário apresenta o valor mais alto.

 

O UEPS, num ambiente inflacionário apresenta o valor de custo mais alto, e num ambiente inflacionário apresenta o valor mais baixo.

 

Isso tudo, sempre por conta do critério de avaliação utilizado, num ambiente a última entrada tem um valor mais alto, enquanto que no outro ambiente tem o valor mais baixo e etc...

 

No exemplo acima usamos os mesmo valores, para somente mostrar mais claramente a diferença entre um e o outro ambiente, porém se, por exemplo, no ambiente deflacionário utilizássemos valores diferentes nas compras de mercadorias, logicamente teríamos um resultado de custo diferente.

 

Porém o PEPS apresentaria o valor de custo mais alto, o UEPS o valor de custo mais baixo, e o Custo Médio o valor de custo no meio termo entre os demais.

 

Se fizéssemos aquela continha considerando o preço de venda de cada unidade de biscoito por R$ 2,00, veríamos que o PEPS, nos apresentaria o menor lucro, que o UEPS, nos apresentaria o maior lucro e que o Custo Médio, nos apresentaria o lucro num meio termo entre os demais.

 

Até aqui acho que tá tudo bem .... mas porque temos que entender isso?

 

Pelo seguinte motivo:

 

Um dos vários impostos no Brasil é o imposto de renda da pessoa jurídica, conhecido pela sigla IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), esse imposto é um percentual que via de regra é 15% sobre o lucro que a empresa apura em sua contabilidade (não estamos aqui tratando de questões tributárias, na verdade existem um monte de virgulas ai em relação ao cálculo do imposto de renda, que não estamos tratando nesse momento).

 

Em termos bem simplificados é o seguinte, se uma empresa apura R$ 1.000,00 de lucro, ela tem que pagar ao governo R$ 150,00 de imposto de renda (IRPJ).

 

Se ela apura R$ 2.000,00 de lucro vai pagar R$ 300,00 de IRPJ.

 

E se ela apura R$ 500,00 de lucro vai pagar R$ 75,00 de IRPJ.

 

Agora relembrem comigo, não vimos acima, que esses métodos de contabilizações afetam o lucro de uma empresa?

 

Sim !!!!!!

 

Então se o IRPJ é um percentual sobre o lucro da empresa, o método de contabilização dos estoques vai afetar o IRPJ também não é?

 

Se utilizarmos, por exemplo, num ambiente inflacionário utilizarmos o PEPS, o nosso lucro vai ser maior, conseqüentemente pagaremos mais IRPJ, se utilizarmos o UEPS no mesmo ambiente pagaremos menos IRPJ, e se utilizarmos o Custo Médio, ainda no mesmo ambiente não pagaríamos mais nem menos, pagaríamos um valor médio, certo?

 

Agora num ambiente deflacionário, o UEPS, apresentaria o maior lucro, conseqüentemente o maior valor de IRPJ a pagar. O PEPS apresentaria o menor lucro, e também um menor valor de IRPJ a pagar, e o custo médio como sempre ficaria no meio termo na questão relativa ao IRPJ.

 

Só que tem um detalhe, no Brasil, desde quando me dou por gente, não me lembro de termos vivido num ambiente deflacionário, o ambiente aqui sempre foi inflacionário.

 

Então o que aconteceria se uma empresa no Brasil utilizasse o UEPS para avaliar os seus estoques?

 

Ela apresentaria um lucro menor não?

 

E o que aconteceria com o IRPJ?

 

Seria menor também !!!!!!!

 

Conseqüentemente o Governo estaria deixando de arrecadar mais impostos com isso.

 

Então o que ele fez? Proibiu as empresas de utilizarem o método do UEPS no Brasil, as empresas aqui só podem usar o PEPS ou Custo Médio, ou também lógico, o custo especifico quando for um caso a parte. Mais o UEPS ninguém pode usar.

 

Revoltante não? Que sacanagem !!!!

 

Afinal ficamos um monte de tutoriais falando de UEPS pra cá, UEPS pra lá, preenche planilha pelo UEPS ali, preenche planilha pelo UEPS aqui, e agora vocês ficam sabendo que o Governo não aceita que as empresas utilizem o UEPS.

 

Pois é, só que o fato de o governo não aceitar não quer dizer o método não existe, o governo não aceita para ele, o Governo esta dizendo o seguinte:

 

- Olha, eu Governo, não aceito que você calcule o seu lucro pelo UEPS, porque se não eu vou receber menos impostos.

 

O governo não aceita para ele é uma coisa, a empresa pode utilizar a vontade o UEPS para uso próprio, ou seja, para uso na administração da empresa, e que inclusive para efeitos de gerenciamento de empresas é um dos métodos mais eficientes.

 

Pensem comigo assim:

 

Uma mercadoria custou R$ 3.000,00 de acordo com o PEPS, e a venda da mercadoria foi no valor de R$ 5.000,00 recebidas a vista. Essa operação vai lhe gerar um lucro de R$ 2.000,00 certo?

 

Mas você recebeu R$ 5.000,00, porque o seu lucro é somente de R$ 2.000,00?

 

Porque R$ 3.000,00 são referentes a mercadorias, a algum tempo atrás, você retirou R$ 3.000,00 do caixa ou banco da empresa, para comprar essa mercadoria (se a compra foi a vista), ou vai retirar R$ 3.000,00 se a compra foi a prazo e você ainda não pagou.

 

Então agora na venda da mercadoria, você esta recolocando esse dinheiro no caixa da empresa. Logicamente você utilizara esses R$ 3.000,00 para comprar novas mercadorias certo?

 

Agora imaginem o seguinte:

 

Você pagou R$ 3.000,00 por essas mercadorias a 6 meses atrás, e a última compra que você fez referente a mesma mercadoria, foi pelo valor de R$ 4.000,00. Se você utilizar o método do UEPS para uso pessoal da empresa, você estará considerando que o seu lucro na operação foi de R$ 1.000,00 certo?

 

Ou seja, você estará considerando que o seu caixa tem R$ 1.000,00 que podem ser usados. Mas na verdade seu caixa tem R$ 2.000,00.

 

Só que esse adicional de R$ 1.000,00 que você não está contando com ele, vai estar aumentando o seu caixa, permitindo assim que você consiga comprar uma nova mercadoria que agora esta custando R$ 4.000,00, ou seja, você estará colocando mais dinheiro no caixa da sua empresa por conta de um desembolso para as próximas compras, isso permitirá que você não gaste esses R$ 1.000,00.

 

Conseqüentemente não tenha que correr atrás de mais R$ 1.000,00 para as próximas compras (se você já tiver gasto os R$ 2.000,00 todos).

 

Esse é um dos grandes problemas de fluxos financeiros de uma empresa, é justamente o orçamento do caixa, e o método do UEPS pode auxiliar nesse sentido (olha a contabilidade mais uma vez fornecendo informações úteis a gestão do negócio).

 

Somente para melhor entender a questão acima, vamos analisar o seguinte calculo, vimos que a operação acima gerou um aumento de caixa de R$ 2.000,00, a empresa não se preocupou em internamente utilizar o UEPS, e conseqüentemente utilizou os R$ 2.000,00 em outras coisas, agora ela precisa comprar mais mercadorias, no caixa dela só tem agora os R$ 3.000,00, portanto ela precisa agora de mais R$ 1.000,00.

 

Vamos supor que ela pegue emprestado esse dinheiro a um custo de 5%, então temos um custo total ate agora de R$ 4.000,00, ela gastou os R$ 2.000,00 que tinha gerado de caixa, poderíamos dizer agora que ela esta com falta de R$ 6.000,00 e ainda falta os 5% de juros (sobre os R$ 1.000,00) que somados totalizam agora um custo total de R$ 6.050,00, para pagar tudo isso e ainda gerar a mesma quantidade de caixa (R$ 2.000,00), ela precisa vender a mercadoria agora por R$ 8.050,00, o que era vendido a R$ 5.000,00, um aumento de 61%.

 

Agora vamos fazer as contas considerando que a empresa tenha utilizado para uso seu o método do UEPS, e que só tenha gasto R$ 1.000,00.

 

Então ela tem R$ 4.000,00 em caixa, que já compra a mercadoria, mais os R$ 1.000,00 gastos totalizam R$ 5.000,00 mais os R$ 2.000,00 de lucro totalizam R$ 7.000,00, um aumento de 40% sobre o preço de venda anterior, você preferiria dizer ao seu cliente que reajustou o seu preço em 40% ou em 61%, e você na qualidade de cliente?

 

O exemplo acima e fantasioso, lógico que vários outros fatores influenciariam no caso acima, e que somente a analise no momento, vendo e considerando os pormenores do negócio, é que poderíamos tomar uma decisão adequada.

 

Mas a idéia dessa história era justamente tentar demonstrar que apesar de o método do UEPS não ser aceito pelo governo, não quer dizer que esse método é impraticável.

 

O importante é colocar na cabeça que o método existe e que para fins gerenciais ele pode ser utilizado sem problemas, basta a direção da empresa utilizá-lo a parte, fazendo pelo Custo Médio ou pelo PEPS como o governo quer, e para ela utilizando o UEPS. Ok?

 

Existem ainda um chamado ambiente econômico misto, onde num mesmo espaço de tempo, podem ocorrer altas e baixas no preço da mercadoria, nesse ambiente é impossível determinar com antecedência o impacto, pois vai depender de vários fatores, tais como qual ambiente vem primeiro, quantidade de mercadoria vendida, quantidade de mercadoria comprada e etc.

 

Nos próximos tutoriais estaremos finalizando a parte de avaliação de estoque, e faremos um exercício para ajudar na fixação do conteúdo, nos próximos tutoriais, vamos começar a considerar os impostos, os gastos com transportes e com o seguro que geralmente sempre vêem associados as compras de mercadorias.

 

Até a próxima.

 

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